sexta-feira, 7 de outubro de 2011

AMIGOS DE DEUS

 BASE BÍBLICA: Tiago 4    
    
          No final do versículo 4 a Palavra diz que aquele quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus. Essa parte me chamou a atenção porque semana passada estive conversando com um colega que é psicólogo e ele me falava de uma análise que ele está fazendo sobre o comportamento das pessoas. Sobre como elas tentam ser o que não são para agradar os outros, o que gera uma perda de identidade. 
        Pessoas que desejam ser inseridas em determinados grupos sociais lêem livros que não gostam, assistem filmes que não gostam, usam roupas e acessórios que não acham bonitos só para agradar os outros e assim fazer parte daquele grupo. Pesquisas revelam que os brasileiros estão a cada vez mais individados pela quantidade de créditos que se oferece. 
         As pessoas consomem coisas desnecessárias, precisam urgentemente de um sofá novo para receber uma amiga, o jantar servido tem que ser o melhor, tem que se comer caviar e não importa se isso tem gosto ruim, o que importa é que os amigos gostam, e se eles gostam "eu" também sou obrigada a gostar.
           Relacionando o texto ao raciocínio e penso, essa realidade não está distante de nós cristãos. Quantas vezes abandonamos princípios bíblicos para sermos aceitos nos grupos sociais? Quantas vezes somos cúmplices da fofoca? Quantas vezes mentimos para agradar aos colegas? Quantas vezes rimos juntos de pessoas que são expostas ao ridículo em nossa frente? Somos amigos do mundo sem percebermos!   
        Adotamos comportamentos que contradizem nossos valores e princípios bíblicos para agradar aos outros e assim nos tornamos inimigos de Deus! É preciso realmente se sujeitar aos princípios de Deus, resistir ao diabo e ao padrão pecaminoso de dívidas, de fofocas, de mentiras, dentre tantos outros pecados que nos tentam para que assim o diabo fuja de nós.
     "Chegai-vos a Deus, e ele se chegará a vós. Alimpai as mãos, pecadores; e, vós de duplo ânimo, purificai os corações". 
       Deus é realmente incrível, quando nos chegamos a Ele, embora estejamos sujos pelo pecado, ele também se chega a nós. Daí a Sua Presença nos constrange de forma que somos conduzidos ao arrependimento. Não sei se estou certa, mas eu entendo esse "duplo ânimo" com a nossa inconstância espiritual, tanto faz está perto de Deus buscando a santidade, com a fé firme e sempre alegres, como do nada sermos influenciados pelo pecado e assim nos distanciarmos Dele, perdermos a fé, e em muito nos entristecemos. Porque a bíblia quando fala em pecado sempre nos manda purificar o coração, converter o coração, porque não a mente? Porque a bíblia atribui o pensamento e o raciocínio ao coração por considerar que ele é o âmago do ser da pessoa.
     "Senti as vossas misérias, e lamentai e chorai; converta-se o vosso riso em pranto, e o vosso gozo em tristeza". 
        Entendo que devemos sentir o quão miserável o mundo é, e lamentar e chorar pelo pecado que há no mundo e em nós, que o riso, que a relevância se transforme em pranto, em tristeza. Ou seja, que tenhamos os mesmos sentimentos que tem o coração de Deus em relação ao mundo, em relação ao pecado. Que com o coração humilde se chegue a Deus, com o coração aberto para receber a repreensão, com o coração aberto ao quebrantamento para que assim o Senhor venha e nos exalte.

VARRIDOS, MAS TAMBÉM ORNAMENTADOS

 BASE BÍBLICA: Mateus 12:43-45
 
"E, quando o espírito imundo tem saído do homem, anda por lugares áridos, buscando repouso, e não o encontra.
Então diz: Voltarei para a minha casa, de onde saí. E, voltando, acha-a desocupada, varrida e adornada.
Então vai, e leva consigo outros sete espíritos piores do que ele e, entrando, habitam ali; e são os últimos atos desse homem piores do que os primeiros. Assim acontecerá também a esta geração má."

Essa é a realidade de muitos membros do corpo de Cristo. Somos varridos(limpos pelo sangue do cordeiro), somos adornados (porque Jesus arruma, ornamenta a nossa casa. Mas em muitos momentos somos vazios, e esse é o perigo.

Quando nos arrependemos dos pecados Deus vem varrer e arrumar a nossa casa, Porém Ele nos deixa vazios para que através da sensibilidade gerada pelo Espírito Santo nós possamos sentir que estamos vazios, uma vez que nos sentimos vazios buscamos ser cheios, e é nessa busca que parte de nós que Ele nos preenche.

Porém se não temos sensibilidade ao Espírito Santo não percebemos o quão vazios ficamos, e estando vazios Satanás que está nos rondando 24 horas por dia, manda o mesmo demônio responsável por nos fazer cometer o pecado do qual já nos arrependemos nos tentar novamente. Estando a casa vazia entra o mesmo demônio e com ele mais sete espíritos piores.

Deus é educado, espera nosso convite para que Ele nos preencha, Satanás e seus demônios não pedem permissão, entram a força. Por esse motivo se percebe que um pecado chama outro, uma mentira pode levar a pessoa ao roubo, o assistir de um filme violento a práticas de violência. E tantos outros pecados que aprisionam a igreja de Cristo, só porque a mesma esquece que depois do arrependimento é necessário buscar ser cheio para não cair novamente na tentação.

Quando buscamos ser cheios de Deus, somos sujeitos a Sua vontade, e vindo o diabo nos tentar nós estamos fortalecidos pela Presença Dele em nossa casa e por essa forte presença resistimos, e fechamos a porta na cara do cão nojento, e depois de levar a porta na cara ele foge de nós. Não por nós mesmos, mas pela poderosa Presença de Deus dentro de nós.

Lembro-me do choque que a igreja tomou quando a pastora que ministrou essa Palavra poderosa disse: "O intercessor é alguém muito importante, mas ainda que o intercessor clame incansávelmente pela vida de alguém, Deus só irá limpar e arrumar a casa, mas para que esse alguém seja cheio quem terá que buscar é esse alguém". A busca é pessoal.

No caminho da redenção, Jesus Cristo cansou de carregar a cruz, e recebeu a ajuda de Simão, mas na hora da crucificação Ele não recebeu ajuda, quem teve que morrer foi Ele.

Na nossa caminhada com Cristo alguém pagou preço de oração por nós, mas toda a intercessão ao nosso favor não nos preenche, o que nos preenche é a nossa busca individual por Cristo, e a satisfação que sentimos ao encontrá-lo todas as vezes que o buscamos.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

DISCIPULAR É CONVIVER

“Depois, subiu ao monte e chamou os que ele mesmo quis, e vieram para junto dele. Então, designou doze para estarem com ele e para os enviar a pregar” Marcos 3.13,14
“Quando estava o Senhor para tomar Elias ao céu por um redemoinho, Elias partiu de Gigal em companhia de Eliseu. Disse Elias a Eliseu: Fica-te aqui, porque o Senhor me enviou a Betel. Respondeu Eliseu: Tão certo como vive o Senhor e vive a tua alma, não te deixarei. E assim, desceram a Betel”. 2 Reis 2.1-2
      Quando Jesus  chamou os seus discípulos, não os chamou para ficarem sentados no domingo à noite em um local de reuniões cantando corinhos e assistindo-o pregar, nem para participarem de um outro encontro formal em outro dia da semana, para estudarem os profetas menores e os salmos. Não! Jesus os chamou para conviverem com Ele.


       Discipulado é relacionamento, e não meramente reunião. O discípulo deve procurar atender o chamado daquele que o instrui e estar junto dele. Observe no primeiro texto que lemos que os discípulos se aproximaram de Jesus, logo após o seu chamado. No texto de 2 Reis, vemos que Elias estava em companhia de Eliseu. Havia um relacionamento entre eles, um compartilhar de vida. Vimos também que Eliseu insistiu pela companhia daquele que o instruía. Ele sabia como eram importantes aqueles momentos de convivência, estava com sede de aprender.


      Como é bom quando encontramos discípulos assim, sedentos em conviver, em aprender. É uma alegria! Da mesma forma, como é triste quando um “discípulo” não quer estar junto daquele que o instrui, exorta, admoesta. Todo verdadeiro discípulo, como dizia Paulo acerca Timóteo e Tito, é exatamente isso, um filho. Temos aprendido que o relacionamento de discipulado é paternidade espiritual, é vida de família.


     Uma família que não convive não é uma família estável, normal. Um exemplo claro se vê na criação de filhos com os pais separados, divorciados, ou de pais ausentes, frenéticos por trabalho e dinheiro, que acabam esquecendo esposa e filhos. Há sempre uma lacuna na estrutura familiar. Não basta ter as contas pagas e comida todo dia. Numa família, as pessoas precisam conviver umas com as outras.


      Na família de Deus, segue-se este mesmo princípio. Precisamos estar sempre juntos se quisermos amadurecer de maneira equilibrada. Em Atos 2.44-47 vemos que naquele instante a igreja vivia de maneira maravilhosa. Todos estavam juntos e tinham tudo em comum. Viviam o reino, não de forma isolada, mas como um corpo, eram unânimes. Viu-se claramente o resultado: “Enquanto isso, acrescentava-lhes o Senhor, dia a dia, os que iam sendo salvos”.


       É na convivência que aprendemos com nossos líderes acerca de como devemos proceder e é na convivência que aqueles que lideramos verão o exemplo a ser imitado. O exemplo é a ferramenta mais poderosa do ensino, e só podemos ser exemplo para alguém se permitirmos que esse alguém nos observe, em casa, com esposa, filhos, pais, na escola, com amigos, colegas, no trabalho, etc.


                       Quando convivemos uns com os outros:
  • Passamos a nos conhecer melhor, não apenas as virtudes, como também os defeitos, coisas que precisam ser corrigidas. Conhecemos os discípulos, não apenas pelo que dizem que eles estão fazendo, mas por aquilo que estamos vendo neles.


  • Passamos a admirar de maneira madura aqueles que nos instruem. Como imitaremos alguém se não admirarmos?


  • Perdemos um pouco a privacidade, mas em compensação, ganhamos intimidade e autenticidade nos relacionamentos. Ganhamos amigos.


  • Brincamos, nos alegramos, comemos juntos, trabalhamos, contamos histórias, cozinhamos, passeamos, visitamos, e em meio a cada precioso instante desses, meditamos, oramos, impomos nossas mãos uns sobre os outros, aconselhamos, somos aconselhados, ou seja... vivemos na prática aquilo que cremos.


        Obviamente, há uma etiqueta de preço para a convivência madura em um relacionamento de discipulado. Custa o orgulho, auto-suficiência, o individualismo e egoísmo. O lucro é tremendo por esse investimento: Aprendemos a andar na luz (sermos autênticos e sinceros); aprendemos a dividir, a repartir, aprendemos a nos submeter e também a liderar e servir com graça e amor.


       É assim que Deus deseja o seu discipulado, pois é o discipulado de Jesus. É assim que Deus sonha com a Igreja. Sonhemos com isso também, vivamos isso também.


 Por Saulinho Farias